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A história do panetone: O pão doce que conquistou o mundo

Imagem de um panetone decorado com fita vermelha

Olá, aventureiros gastronômicos! Fim de ano chegando e aquele cheirinho de panetone já começa a rondar, né?Bem, mas vocês sabiam que esse pão doce tão tradicional nas festas de fim de ano, tem uma origem italiana e uma história cheia de lendas e curiosidades? Neste artigo, vamos contar como o panetone surgiu, como se espalhou pelo mundo e como se tornou um símbolo do Natal. Então vamos lá!

A lenda do padeiro Toni

Uma das histórias mais famosas sobre a origem do panetone é a do padeiro Toni, que teria criado o pão doce por acidente na véspera de Natal de 1495, na cidade de Milão, na Itália. Segundo a lenda, Toni era um ajudante de cozinha do duque Ludovico Sforza, e estava encarregado de assar os biscoitos que seriam servidos no banquete natalino. Mas, ele adormeceu e deixou os biscoitos queimarem.

Desesperado, ele lembrou que tinha guardado uma massa de fermento para o seu próprio pão de Natal, e resolveu usá-la para tentar salvar a situação. Ele acrescentou farinha, ovos, açúcar, uvas passas e frutas cristalizadas nessa massa e levou ao forno. O resultado foi um pão macio, aromático e saboroso, que fez sucesso entre os convidados do duque. O pão foi batizado de “pão de Toni”, ou “panetone” em italiano.

A verdade por trás da lenda

Apesar de ser uma história divertida e romântica, a lenda do padeiro Toni não tem nenhum fundamento histórico. Na verdade, o panetone é um produto de tradição coletiva, que não tem um inventor ou uma data específica de nascimento. O que se sabe é que o panetone é uma evolução dos “pães doces” ou “pães de festa”, que eram consumidos na Europa medieval em ocasiões especiais, como o Natal.

O panetone é uma receita típica da região de Milão, no norte da Itália, onde se desenvolveu ao longo dos séculos com a influência de diferentes culturas e ingredientes. O uso do fermento natural, por exemplo, foi introduzido pelos monges beneditinos no século XI. As frutas cristalizadas foram trazidas pelos cruzados da Ásia no século XIII. O açúcar refinado chegou da América no século XVI.

Esse pão doce e molhadinho como conhecemos hoje só ficou dessa maneira no século XIX, com o aprimoramento das técnicas de fermentação e a popularização do consumo de frutas secas e cristalizadas. A primeira receita escrita do panetone foi em 1853, no livro “La scienza in cucina e l’arte di mangiar bene”, do gastrônomo Pellegrino Artusi.

 A expansão do panetone pelo mundo

O panetone começou a se difundir pelo mundo no século XX, graças à imigração italiana e à industrialização da produção. As primeiras empresas que fabricaram o panetone em larga escala foram fundadas também em Milão, como a Motta (1919), a Alemagna (1925) e a Bauli (1922).

O Brasil foi um dos países que mais recebeu imigrantes italianos entre os séculos XIX e XX, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Com eles, vieram as tradições culinárias da Itália, incluindo o panetone (gratidão, amigos italianos). O pão doce se adaptou ao paladar brasileiro, ganhando novos recheios e coberturas, como chocolate, doce de leite e brigadeiro, por exemplo.

Hoje, o panetone é um dos alimentos mais consumidos no Brasil durante as festas de Natal e Ano Novo. De acordo com a Associação Brasileira da Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), entre novembro de 2021 e janeiro de 2022, foram vendidas 47,8 mil toneladas de produtos, totalizando um aumento de 21% em volume de vendas em relação ao mesmo período anterior. Você foi uma das pessoas que comprou panetone nessa época?

A receita clássica do panetone

A gente sabe que o panetone é um pão doce de massa leve e aerada, feito com fermento natural, farinha, ovos, manteiga, açúcar, sal, raspas de limão e laranja, uvas passas e frutas cristalizadas, certo? Mas aqui vai uma curiosidade: A receita clássica do panetone é protegida por uma lei italiana de 2005, que estabelece as quantidades mínimas de cada ingrediente que devem ser usadas na sua elaboração. Entenderam? Se não seguir, não é considerado um panetone de verdade, na Itália.

Para ser considerado um verdadeiro panetone, o pão deve ter pelo menos 4% de gema de ovo, 16% de manteiga, 20% de frutas (sendo pelo menos 12% de passas) e 2% de raspas cítricas em relação à farinha. Além disso, o panetone deve ter uma forma cilíndrica, com uma base de 12 a 15 centímetros de diâmetro e uma altura de 10 a 13 centímetros.

A massa é assada em forminhas de papel especiais, que ajudam a manter a sua forma e a sua umidade. Depois de assado, o panetone é colocado de cabeça para baixo em suportes metálicos, para evitar que ele murche ou rache. O tempo de fermentação e cozimento do panetone pode variar de acordo com o tamanho e o tipo de forno, mas geralmente leva entre três e quatro horas.

As variações do panetone

Pandoro, uma variação do panetone

Apesar da receita clássica do panetone ser rigorosamente regulamentada na Itália, existem muitas variações do pão doce pelo mundo inteiro, que incorporam diferentes ingredientes e sabores, levando em consideração o que a população local aprecia. Algumas das mais populares são:

  • Pandoro: um pão doce em forma de estrela, sem frutas, coberto com açúcar de confeiteiro. É originário da cidade de Verona.
  • Chocotone: um pão doce recheado ou coberto com chocolate. Foi criado no Brasil na década de 1970 pela empresa Nestlé.
  • Panforte: um bolo denso e picante, feito com frutas secas, nozes, mel e especiarias. É típico da cidade de Siena.
  • Pan d’oro: um pão doce em forma de cone, sem frutas, coberto com amêndoas laminadas. É típico da região da Lombardia.
  • Panpepato: um bolo escuro e duro, feito com frutas secas, nozes, chocolate e pimenta. É típico da região da Úmbria.

E você? Gosta de panetone? Qual é o seu favorito? Deixe o seu comentário aqui abaixo e confira as demais comidas típicas de festas e celebrações aqui do nosso site 😉

Até a próxima!

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